Ácido fólico para a gestante pode reduzir risco de autismo em bebês
Um estudo feito pela Universidade da Califórnia (EUA) concluiu que tomar
suplementos alimentares de ácido fólico durante a gravidez reduz as
chances de o bebê nascer com autismo. Os resultados foram publicados dia
13 de fevereiro no periódico The Journal of The American Association
(JAMA) e fornecem evidências que reforçam a importância da suplementação
dessa vitamina durante a gestação.
Os pesquisadores se basearam nos dados de 85.176 bebês inscritos no
Estudo de Corte de Mães e Crianças Norueguesas, o maior trabalho já
feito sobre a influência de fatores genéticos e ambientais na incidência
de doenças neurológicas. Os pais dessas crianças também participaram da
pesquisa. A equipe acompanhou as crianças entre três e dez anos após o
seu nascimento e observou que 270 delas apresentaram algum transtorno do
espectro autista.
Os resultados mostram que mães que fizeram uso de suplementos de ácido
fólico antes e durante a gestação tiveram filhos com um risco até 40%
menor de serem diagnosticados com autismo na infância. De acordo com os
autores, o período de consumo da vitamina também é determinante na hora
de prevenir doenças no bebê - na pesquisa, apenas mulheres que tomaram
os suplementos desde as quatro semanas antes de engravidar até oito
semanas após o início da gestação apresentaram redução no risco.
11 nutrientes que não podem faltar no prato da gestante
Durante a gravidez, a mulher deve adotar e mudar uma série de hábitos,
principalmente alimentares. Afinal, o crescimento e o desenvolvimento do
feto dependem exclusivamente da nutrição materna. Segundo a
nutricionista Amanda Epifânio, do Citen, a necessidade de consumir
diversas vitaminas e minerais é ainda maior durante a gestação e as
deficiências nutricionais podem provocar desde um peso abaixo do ideal
no recém-nascido até uma má formação fetal. "Algumas grávidas,
inclusive, requerem atenção especial e suplementação além da
alimentação", conta. Confira abaixo o cardápio que não pode faltar na
dieta da gestante e por que esses nutrientes são tão importantes:
Ácido Fólico
A recomendação de consumo desse nutriente para as gestantes é de 600ug
por dia, porém este valor não é atingido somente com a alimentação. A
nutricionista Simone explica que uma dieta com 2.200kcal é capaz de
atingir somente 250ug de ácido fólico, aproximadamente. "Uma das grandes
funções dessa vitamina é construir o tubo neural do bebê", afirma.
Como a formação dessa estrutura se completa até o 28º dia da gestação, o
ideal é que a gestante comece a tomar uma suplementação de ácido fólico
um mês antes da gestação, aconselha Simone. Além da suplementação, é
importante comer alimentos ricos em ácido fólico, que são folhas verdes
escuras, feijões, frutas cítricas, fígado e leite.
Vitamina C
A gestante deve consumir cerca de 85mg por dia desse nutriente, pois,
segundo a nutricionista Simone Freire, ele participa da formação do
colágeno e auxilia na formação dos ossos, juntamente com outros minerais
e vitaminas. "Essa recomendação é fácil de ser atingida, visto que os
alimentos ricos em vitamina C são facilmente encontrados no Brasil",
diz. A gestante deve ingerir frutas como acerola, goiaba, laranja,
abacaxi, kiwi e caju.
Cálcio
Muito importante para a formação óssea do bebê, além de auxiliar no
ajuste da pressão arterial da gestante, prevenindo a hipertensão
gestacional ou pré-eclampsia. Os alimentos ricos em cálcio são: leite e
derivados - como iogurtes e queijos - e vegetais folhosos verdes
escuros, esses últimos, porém, com menor aproveitamento do nutriente.
"Existem opções de extratos de soja com sabor e enriquecidos com cálcio
para as pessoas com intolerância à lactose ou alergia a proteínas do
leite", lembra Simone. A recomendação é de 1000mg/dia.
Fósforo, potássio e magnésio
Segundo a nutricionista Amanda Epifânio, a ingestão adequada desses
nutrientes está associada, juntamente com o cálcio, à prevenção de
hipertensão gestacional ou pré-eclampsia. Para conseguir as quantidades
adequadas, a gestante deve ter uma dieta diária com três a quatro
porções de frutas variadas (fontes de potássio); três porções de cereais
integrais - principalmente pães e arroz - (fontes de magnésio); e três
porções de laticínios magros (fontes de cálcio e fósforo).
Vitamina D
"Essa vitamina equilibra o cálcio durante a gravidez, passa pela
placenta e se apresenta no sangue fetal na mesma concentração do que na
circulação materna", aponta Simone. A vitamina D pode ser adquirida com
auxílio dos raios solares - lembrando que os melhores horários para
tomar sol são antes das 10h e após às 16h -, além da ingestão de
alimentos como ovos, carnes e leites. A recomendação é de mais 10ug/dia.
Vitamina B6
A ingestão de vitamina B6 - 1,9mg/dia - é importante para a gestante no
sentido de auxiliar a formação de novos tecidos e a fabricação da
niacina, outra vitamina do complexo B, essencial para o corpo funcionar
melhor e com mais energia. "Existem trabalhos apontando que a
deficiência dessa vitamina pode contribuir com quadros de depressão
durante a gravidez", conta Simone. A vitamina B6 pode ser encontrada em
carnes, peixes, aves e fígado.
Vitamina A
Segundo a nutricionista Simone Freire, a vitamina A tem funções
específicas na resposta imunológica e é essencial para a visão.
Recomenda-se a ingestão de 770ug por dia, o que não é muito diferente da
recomendação para mulheres não grávidas (700ug/dia), já que existem
pesquisas apontando que essa vitamina pode ser tóxica ou causar danos ao
feto quando ingerida em grandes quantidades nos primeiros meses de
gestação.
Existem duas principais fontes alimentares dessa vitamina. A primeira é
indireta e de origem vegetal, incluindo alimentos alaranjados, como
cenoura, mamão, manga, abóbora e qualquer outro que contenha
betacaroteno (precursor da vitamina A). A segunda fonte é de origem
animal e está na sua forma ativa, podendo ser encontrada nos ovos e nas
carnes, principalmente no fígado.
Ferro
A partir do 2º trimestre de gestação, a futura mãe adquire mais massa
celular, principalmente de glóbulos vermelhos, e o feto começa a criar a
sua reserva de ferro. Por conta disso, é de extrema importância que a
gestante absorva quantidade suficiente para suprir ambas as demandas.
O valor diário recomendado é de cerca de 27mg, alcançado apenas com
suplementação. "Uma alimentação normal chega a atingir de 6 a 7mg/dia
por 1000kcal. Para atingir as quantidade adequadas de ferro sem
suplementação, seria necessário consumir 5000kcal por dia, o que é
inviável", diz Simone. Porém, mesmo que a gestante tome suplementos
férreos, é importante ter uma alimentação rica nesse nutriente.
Entre as fontes de ferro heme - melhor absorvido pelo organismo -, estão
carnes e vísceras. Já as fontes de ferro não heme - com menor
aproveitamento - são os feijões, legumes, vegetais de folha escura e
ovos. "A vitamina C auxilia na absorção do ferro não heme e, por isso, é
importante que os dois nutrientes estejam juntos na mesma refeição",
conta Simone.
Zinco
De acordo com Simone, "o zinco é extremamente importante para auxiliar o
crescimento celular, tanto da gestante como do feto". A recomendação é
de 11mg/dia e esses valores também só são atingidos com suplementação. É
indicado, inclusive, que a suplementação de zinco seja feita junto com a
de ferro. Os alimentos ricos em zinco são ostras, frutos do mar,
peixes, fígado, peru e carnes.
Proteínas
A nutricionista Simone Freire explica que a ingestão adequada de
proteínas tem relação direta com a velocidade de formação dos tecidos da
gestante e do bebê. O valor recomendado para grávidas é de 71g por dia,
sendo que metade desse valor deve provir de carnes, aves e ovos e a
outra metade, de alimentos de origem vegetal, como os feijões e
derivados.
Carboidratos
A necessidade de carboidratos aumenta porque o metabolismo da gestante
está mais acelerado e, por conta disso, precisa de mais energia. A
indicação é de 175g de carboidratos por dia. Arroz, batata, massas em
geral, mandioca, pães, bolachas, aveia e granola são excelentes fontes
desse elemento.
Fonte: Merece Destaque

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