Energia nuclear é debatida no 2° Energia Nordeste


Na última sexta-feira, a Associação Comercial de Pernambuco (ACP) realizou o evento “2° Energia Nordeste”, que trouxe palestrantes de vários lugares do Brasil e autoridades nos diversos segmentos que rodeavam o tema central: “Tendências Energéticas e Sustentabilidade”.

Além das fontes consideradas “ecológicas”, como energias eólica e solar, aproveitamento de biomassa e a produção de hidrogênio verde, sendo esta última ainda uma promessa, também foi discutido energia nuclear. O que chamou a atenção, no evento, foi o público qualificado, a organização sofisticada e o alto nível dos convidados. Estiveram presentes Carlos Mariz, pernambucano, presidente da Associação Brasileira de energia Nuclear (ABEN) e Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Assuntos Nucleares (ABDAN), além da presença do deputado estadual Antônio Fernando (PSC), que é engenheiro nuclear de formação e entusiasta sobre o tema.

De acordo com Mariz, os dados da World Nuclear Association, em 2019, retratam a realidade mundial do segmento como sendo: 4 44 usinas em operação, 54 usinas em construção, 111 usinas em aprovação e 330 usinas em planejamento. Neste momento, há 02 usinas em construção no Japão, que, embora tendo havido aquele acidente, considera uma tecnologia segura. Esta informação ganha força com o fato de a Ucrânia possuir 15 usinas em operação, onde destas, 09 foram construídas, após o acidente de Chernobyl. O caso da China, é o que mais impressiona, pois, para atingir as metas climáticas, construirá 150 usinas nucleares, com investimento de US$ 440 bilhões, destacou.

Foram mencionados posicionamentos internacionais, como o do climatologista James Hansen, que afirmou que a energia nuclear salvou 1,8 milhões de vidas até hoje, evitando o uso dos combustíveis fósseis. “Quando energia nuclear é usada em vez de energia fóssil, vidas são salvas”, afirmou o climatologista.

O assunto “usinas nucleares em Pernambuco” foi reavivado, com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, a cerca competência constitucional e exclusiva do governo federal para legislar sobre o assunto. Pernambuco tem um dos 40 sítios prospectados pela Eletronuclear, e Itacuruba/PE está entre os dois melhores sítios, em condições geológicas, para receber 06 geradores nucleares, com capacidade de 6.600MW de capacidade instalada, investimentos estimados em US$ 30 bilhões (ou R$ 168,3 bilhões) e gerar entre 10.000 empregos durante a obra e 5.000 empregos durante a operação.

“Pernambuco vai se omitir diante da possibilidade de haver um investimento da ordem de 170 bilhões de reais? Temos Minas Gerais ao lado querendo que esta usina vá para lá. O Estado de Alagoas, com o sítio de Traipú-Penedo, aqui pertinho, não é tão bom quanto Pernambuco, mas se cochilarmos, eles passam na nossa frente. Temos que nos posicionar sobre o assunto, pois o Estado necessita de investimentos desta ordem de grandeza, e investimento privado, para gerar emprego, renda e oportunidades. O assunto é sério e não tem a atenção devida”, conclui Mariz.

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