Santa Cruz do Capibaribe - Em busca de soluções
Audiência discute críticas e soluções para as falhas no atendimento prestado pelos bancos e lotéricas em Santa Cruz do Capibaribe
A noite política desta quinta-feira (29) foi marcada pela realização
de mais uma audiência pública. Desta vez o foco foram as críticas aos
bancos e agências lotéricas quanto a qualidade do atendimento prestado à
população de Santa Cruz do Capibaribe.
A iniciativa partiu dos vereadores Vânio Viera (PSDC) e também de
Klemerson “Pipoca” (PMN) e reuniu, no plenário da Câmara, gerentes e
representantes de bancos e de uma agência lotérica, do Procon no
município, vereadores das duas bancadas e o pouco público.
Pelos bancos, estiveram presentes representantes da Caixa Econômica,
Banco Itaú e Banco do Brasil. Não compareceram e nem justificaram
ausência os bancos Santander e Bradesco. Na audiência, os gerentes e
representantes de bancos fizeram explanações sobre as iniciativas que
são realizadas para tentar minimizar o tempo perdido nas filas pelo
consumidor em busca dos serviços bancários.
Em linhas gerais, foram indagados pelos representantes que a redução
desse tempo seria uma meta constante e iniciativas como a implantação de
mais caixas eletrônicos nas agências e em pontos comerciais da cidade, o
aumento de funcionários nos guichês, melhorias estruturais entre outras
iniciativas culminariam em resultados positivos, fato expresso nos
baixos indicadores de insatisfação vindos de suas ouvidorias como também
do Banco Central.
As afirmações foram contestadas tanto pelos vereadores, como também
pela representante do Procon Dra. Nadja Luciana, que afirmou que a
quantidade de reclamações recebidas em relação ao tempo perdido nas
filas seria um fato comum.
Reivindicações e críticas apontadas pelos vereadores
Presença constante de atendentes: Vânio Vieira
(PSDB) solicitou que, no horário há uma grande diminuição na quantidade
de atendentes nos guichês e que eles não seriam repostos, causando
grande demora nas filas, especialmente no horário de almoço, sugerindo
maior atenção neste fator para redução do tempo de espera pelo usuário.
Mais caixas eletrônicos no Moda Center: Para o
vereador Pipoca (PMN), a quantidade de caixas eletrônicos presentes no
parque de confecções ainda não é suficiente para a demanda de
compradores, solicitando a ampliação da quantidade dos que já existem,
como também da implantação de outros por agências que ainda não oferecem
o ponto de atendimento eletrônico.
Autenticação das senhas: Afrânio Marques (PDT)
questionou os números de queixas apresentadas pelos gerentes das
instituições bancárias e cobrou para que os bancos passem a autenticar
as senhas de atendimento. As senhas poderiam ser usadas como provas para
que o Procon, em caso de reclamações, saiba que o tempo de espera nas
filas foi ou não ultrapassado pelo que determina a Lei.
Maior fiscalização dos vereadores: O vereador
Deomedes Brito (PT) propôs para que os vereadores passem a atuar também
como fiscais no cumprimento do tempo destinado ao atendimento dos bancos
ao consumidor. Para isso, seria formada uma comissão entre eles, que
visitaria as agências pelo menos uma vez por mês ouvindo as opiniões de
quem busca os serviços bancários.
Maior quadro de funcionários: Zé Minhoca (PSDB) e
Galego de Mourinha (PTB) afirmaram para os gerentes que a quantidade de
funcionários nas agencias ainda é insuficiente para atender a demanda
exigida pelo município, o que necessitaria de mais pessoas para prestar
os atendimentos bancários. Galego também enfatizou que o Procon deveria
ser fortalecido, já que seria algo bem mais acessível do que as
ouvidorias bancárias.
Quadro irreal: Foi esse o termo que a vereadora
Jéssyca Cavalcanti (PTC) usou para qualificar as afirmações feitas pelos
representantes dos bancos. A vereadora propôs para que os números
disponíveis para reclamações, a exemplo do Procon e ouvidorias, estejam
visíveis para os usuários no interior das agências bancárias.
A culpa é dos banqueiros: Para Zezin Buxin (PSDB).
Para o parlamentar, a culpa das longas filas não é dos gerentes e sim
“dos donos do negócio”, fazendo referencia aos banqueiros. Zezin afirmou
que o melhor alternativa para que o tempo das filas passe a diminuir
será quando a população começar a buscar seus direitos de consumidor na
Justiça.
Constrangimento: Fernando Aragão (PTB) fez uma dura
crítica ao baixo comparecimento popular na audiência, afirmando que uma
grande oportunidade de mostrar a insatisfação perante os gerentes, para
que isso fosse encaminhado as instâncias maiores dos bancos, foi
perdida. “Esse plenário deveria estar cheio para mostrar que não estamos
inventando. (…) O que me deixa constrangido é o povo não querer
participar e jogar a culpa em cima de nós para resolver”, destacou.
O sonho: O vereador Dida de Nan (PSDB) propôs a
necessidade de se levar unidades de caixas eletrônicos para as vilas do
Pará e Poço Fundo. Para o vereador, a implantação desses pontos de
atendimento “seria um sonho” que ajudaria a facilitar um pouco mais o
dia a dia nesses locais mais afastados.
Contratação de adolescentes aprendizes: Essa foi uma
das propostas feita pela vereadora Narah Leandro (PSB). Para ela, os
bancos deveriam priorizar também o lado social, abrindo mais vagas de
emprego para que essa faixa etária possa ingressar no mercado de
trabalho.
Penas mais duras: Esse foi um dos pontos abordados
pelo vereador Ronaldo Pacas (PSDC). O parlamentar questionou aos
representantes bancários se há autonomia por parte deles para que se
haja a viabilidade para que penas mais duras sejam aplicadas para as
instituições que descumprirem o tempo exigido nas filas para que cada
usuário seja atendido. “Quando se mexe no bolso das instituições, (…) as
coisas são cumpridas”, pontuou Ronaldo.
Mais assentos para clientes em espera: Foi esta uma
das solicitações feitas pelo vereador e presidente da Casa Junior Gomes
(PSB). Para o vereador, já que o tempo nas filas ainda é longo, os
bancos deveriam se preocupar em oferecer mais assentos para os usuários
em espera, como também a implantação de biombos nos caixas eletrônicos
para oferecer mais segurança e privacidade em cumprimento as leis
municipais que já existem.
Principais respostas dos representantes das agências e lotérica
Instalação de caixas eletrônicos nas vilas do Pará e Poço Fundo:
José Ronaldo Bezerra (gerente de serviços do banco do Brasil) declarou
que há uma dificuldade por estas áreas se localizarem fora do perímetro
urbano, o que dificultaria o acesso de carros fortes, por exemplo. Mesmo
assim, o gerente declarou que irá tentar a viabilidade de implantação
desses caixas e solicitou uma cópia do projeto de lei para a implantação
de guarda-volumes para compreender como procede a iniciativa proposta
pelo vereador Deomedes.
Mais funcionários e implantação de banheiro: De
acordo com Orlando Simões (gerente geral da Caixa Econômica), há sim uma
redução de 50% no quadro de funcionários por conta da maior implantação
de caixas eletrônicos. O gerente também relatou que serão implantados
os bebedouros e, quanto as outras reivindicações, o mesmo solicitou a
ata da reunião para encaminhar a superintendência estadual, inclusive da
implantação dos caixas no Pará e Poço Fundo.
Quanto as demais reivindicações, um documento com o que foi levantado
na audiência para que as reivindicações sejam encaminhadas para as
superintendências estaduais de cada agência para avaliar o que pode ser
feito.
O que disse o Procon
A Dra. Nadja Luciana, que coordena a entidade em Santa Cruz do
Capibaribe, relatou em um dos pontos que, caso os vereadores formem de
fato a comissão para fiscalizar as agências, funcionários do Procon
serão disponibilizados para acompanhar os parlamentares.
Junior Gomes cobrou também para que Nadja aumente também sua
participação em rádios e outros meios, para que se divulgue ainda mais o
trabalho prestado pelo Procon.
A audiência resultará em um
documento, cuja pauta de reivindicações serão encaminhadas aos presentes
e as superintendências estaduais das agências participantes.
Fonte: Ney Lima
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