Já que o mundo não acabou, 7 dicas certeiras para viver mais
Em vez de apostar em fórmulas malucas, invista no que a ciência já sabe sobre como ter uma vida mais longa e saudável
Se você está lendo este texto, isso significa que os maias estavam
errados e o mundo não acabou. Com o fim dos tempos sem previsão para
acontecer, o jeito é cuidar da saúde para aproveitar ao máximo a vida
que – ainda bem – resta.
Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, a longevidade do
brasileiro vem aumentando, e a média de expectativa de vida já é de 74
anos. Mas ainda estamos longe dos números do Japão, país com os melhores
índices do mundo, onde se vive em média 82 anos.
A médica lipidóloga Tânia Martinez, que cuida do colesterol e dos
triglicérides de seus pacientes há mais de três décadas, afirma que a
boa alimentação e atividades físicas são os principais fatores que
contribuem para uma longevidade maior.
“Mais do que qualquer avanço da medicina, pessoas que querem chegar aos
90 anos com boa saúde precisam pensar no que comem e os exercícios que
fazem desde jovem”, explica Tânia.
Para a geriatra e diretora científica da Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia (SBGG-SP ) Maísa Kairalla o melhor tratamento
ainda é mesmo a prevenção.
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Exercícios e companhia: duas dicas certeiras para viver saudável por mais tempo.
“Tem de haver um equilíbrio. Não é preciso deixar de fazer o que gosta,
porque ser feliz é importante para a longevidade, mas sim balancear as
atividades”, diz Maísa. Confira a seguir sete dicas certeiras para viver
mais e melhor.
Exercícios, ioga e pilates
Um recente estudo do American College of Sports Medicine aponta que a
falta de atividade física nos dias de hoje pode levar à primeira geração
de jovens que viverá menos que seus pais. Em 2030, a expectativa de
vida pode ser de até cinco anos menos por conta do sedentarismo. Para
fugir dessa previsão, praticar ioga e pilates pode ser uma excelente
alternativa.
“Além dos benefícios cardiovasculares e de diminuir o sedentarismo e
obesidade, esses exercícios também são bons para combater o estresse”,
explica a geriatra Maísa Kairalla.
Meditação é medicação
Pesquisadores americanos descobriram que a meditação pode ajudar a lidar
melhor com as emoções e memória. De acordo com os acadêmicos, pessoas
que meditam têm melhor estabilidade emocional e lidam melhor com
situações de estresse.
“Meditar ajuda, por exemplo, a controlar os comportamentos compulsivos
que levam ao comer demais, o que ajuda a ter uma vida mais saudável”,
diz Tânia Martinez.
Mais verduras e carnes brancas, menos carne vermelha
O consumo diário de carne vermelha pode diminuir bastante a expectativa
de vida. Atualmente, cada brasileiro come em média 36 quilos por ano.
Segundo pesquisa feita na universidade de Harvard, quem come muita carne
bovina pode ter uma expectativa de vida reduzida em 13%, além de ter
mais chance de desenvolver doenças cardíacas, câncer e diabetes.
“Esse alimento é rico em gordura saturada, responsável pelo aumento de
colesterol e de doenças cardíacas. Para melhorar a qualidade de vida, é
preciso se alimentar mais de verduras, legumes, e substituir
progressivamente a carne vermelha por peixes ricos em ômega-3, como o
salmão, e frango sem pele”, diz a Tânia Martinez.
Álcool sim, mas com moderação
Álcool, desde que apreciado com moderação, pode até ser saudável. Uma
taça de vinho tinto ao dia pode ajudar a combater o colesterol alto.
“O vinho tinto é rico em antioxidantes, que são responsáveis por
aumentar o HDL, o colesterol bom. Isso faz baixar a pressão arterial, o
que diminui o risco de ataques cardíacos”, diz Maísa Kairalla, lembrando
que é importante não passar da dose.

Vida com humor: sorrir melhora o ânimo e a saúde.
Sorrir é o melhor remédio
Você sabia que
uma boa risada é importante até mesmo para combater doenças?
Recentemente, cientistas ingleses colocaram isso à prova. Dois grupos,
formados por mães com bebês diagnosticados com eczema (um tipo de
alergia que provoca reações na pele), foram submetidos a sessões de dois
tipos de filme distintos.
No primeiro grupo, as mães assistiram comédias de Charles Chaplin. No
segundo, documentários sobre o clima. Os pesquisadores descobriram que
as mães do primeiro grupo, que riram durante o filme de Chaplin, tiveram
altos níveis de melatonina no leite, o que fez com que seus bebês
apresentassem menos reações alérgicas do que os do outro grupo. Rir faz
bem. Então se anime e dê uma boa gargalhada!
Sexo é saudável
Se você
precisava de outro motivo, além do óbvio, para fazer isso, saiba que
sexo também é saudável. Existem estudos que mostram que sexo é bom para
combater o estresse, baixar a pressão sanguínea e até mesmo diminuir as
chances de doença cardíaca e acidente vascular cerebral . Além disso,
pesquisas também mostram que o orgasmo é bom contra a depressão e
a insônia.
Mente ativa, vida longa
Médicos apontam que algumas pessoas com mais de 50 anos evitam praticar exercícios por se considerarem velhas demais.
“Manter uma atitude otimista é essencial para uma boa qualidade de vida.
Não ter medo de tentar fazer algo que melhore seu bem-estar e ampliar o
convívio com outras pessoas é muito importante”, diz a médica Maísa
Kairalla.
A médica explica que a saúde mental, no sentido de manter o otimismo, é
fundamental para ter uma vida longa e com mais qualidade.
“Pessoas ativas
têm menos chances de ter Alzheimer , por exemplo. Por isso, sempre
aconselho meus pacientes a se sociabilizarem e, dessa forma, conviverem,
trocarem experiências com outras pessoas, sem se importarem com a idade
que tenham”, afirma Maísa.
* Reportagem de Rodrigo Boro, especial para o iG São Paulo
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