RÁDIO FILADEUFIA FAZ COBERTURA DAS ELEIÇÕES DE SÃO PAULO NO 2° TURNO
Direto de São Paulo: São Paulo representará maior vitória do PT, diz Padilha
Ministro da Saúde afirma que Serra não tem a capacidade de sintetizar propostas aos eleitores desde que disputou a eleição para a Presidência da República em 2002
Padilha: um dos nomes cotados pelo partido para disputar a eleição para o governo do Estado em 2014
São Paulo - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na manhã deste domingo que o PT foi
o partido mais atacado durante o julgamento do mensalão e, mesmo assim,
deve sair vitorioso nas eleições municipais deste ano. "A vitória em
São Paulo é a maior vitória política do partido, a maior derrota de um
possível pré-candidato à Presidência da República em 2014 e a maior
derrota do principal partido de oposição", disse o ministro, em
referência, respectivamente, aos candidatos Fernando Haddad e José Serra
e ao PSDB, já dando como certa a vitória petista entre os eleitores
paulistanos.
Segundo Padilha, Serra não tem a capacidade de sintetizar propostas aos
eleitores desde que disputou a eleição para a Presidência da República
em 2002, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Serra já
não era competitivo desde a vitória do presidente Lula e da presidente
Dilma", disse. O ministro minimizou o impacto do julgamento do mensalão
sobre o eleitor. "O mensalão desde o começo da campanha não impactou,
porque a eleição é municipal e os resultados mostram isso."
Padilha é um dos nomes cotados pelo partido para disputar a eleição para
o governo do Estado em 2014. Ele disse que pretende ficar no Ministério
da Saúde até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff e que acha
precoce discutir, neste momento, a próxima eleição. O ministro afirmou
que, mesmo com a vitória de candidatos novos do PT - a exemplo da
presidente Dilma e de possível eleição de Fernando Haddad em São Paulo
-, a forma de escolha de um nome que nunca disputou eleição não
necessariamente pode dar certo na próxima vez.
PSD
O ministro defendeu a participação do PSD, do atual prefeito paulistano
Gilberto Kassab, na base partidária de Dilma, mas avaliou que a
indicação do partido para um ministério depende de uma decisão exclusiva
da presidente. "O PSD já tem deputados que votam com a base governista,
tem acordos com o PT em vários municípios do País e no governo da
Bahia, por exemplo. É natural que a bancada do PSD esteja cada vez mais
conosco", disse.
Padilha tem seu título de eleitor registrado em Santarém (PA). Como
médico, em 2002 ele coordenava um projeto da Universidade de São Paulo
(USP) na cidade paraense e transferiu seu título para o Pará apenas para
votar no ex-presidente Lula, que à época disputava a Presidência contra
o tucano José Serra. "Por enquanto, não tenho planos de transferir o
título de eleitor para São Paulo", disse.
No primeiro discurso como prefeito eleito, Fernando Haddad pede união ‘em torno de um projeto coletivo’ em São Paulo
Bruno Siffredi, de O Estado de S.Paulo
O candidato do PT, Fernando Haddad, que venceu neste domingo, 28, a
disputa pela Prefeitura de São Paulo, elegeu a redução da desigualdade
social como o principal desafio de sua futura gestão. O petista, que fez
seu primeiro discurso como prefeito eleito da capital paulista, pediu
aos paulistanos união “em torno de um projeto coletivo” para a cidade.
“Ser prefeito pela força da mudança significa não ter tempo a perder”,
afirmou o petista. Para Haddad, a capital paulista precisa “voltar a ser
farol e antena” do resto do País. “Mas São Paulo tem que ser, antes de
tudo, uma cidade lar, onde toda família possa realizar seu sonho de ser
feliz.”
Haddad elegeu a redução da desigualdade social como o principal desafio
de sua gestão à frente da capital paulista. Ele prometeu “derrubar o
muro da vergonha que separa a cidade rica da cidade pobre”. São Paulo é
“uma cidade rica, e ao mesmo tempo uma das mais desiguais do planeta”,
disse.
O prefeito eleito da capital paulista disse que a sua São Paulo deve ser
uma cidade “capaz de reconstruir”. Ele acusou a gestão anterior de
abandonar a cidade e não reconhecer as suas potencialidades em áreas
como cultura, indústria e comércio. “Intelectualidade (de São Paulo)
nunca perdeu a capacidade de pensar.”
“O fracasso de São Paulo” seria o fracasso do modelo de cidade, afirmou o
petista. “O Brasil moderno nasceu aqui, e o surpreendente Brasil do
novo milênio também nascerá aqui.”
Mercadante vê 'derrota da hegemonia do PSDB' em SP
Para ministro da Educação, vitória do PT mostra a qualidade do trabalho partido que 'poderá ser reconhecida em 2014'
O ministro da Educação Aloizio Mercadante afirmou neste domingo, 28, que
a possível vitória do PT em São Paulo e em outras cidades do interior
paulista é "uma derrota" do projeto do PSDB "que era hegemônico no
Estado de São Paulo", disse.
Na capital paulista, diz o ministro, a possível derrota de Serra,
classificado por Mercadante como principal quadro político tucano, foi
expressiva e "sinaliza o sentimento de desgaste do PSDB e mostra a
qualidade do trabalho do PT que poderá ser reconhecida em 2014".
O ministro, no entanto, pregou cautela e humildade ao partido e
militantes para as próximas eleições. Ainda sobre a potencial vitória de
Fernando Haddad, Mercadante afirmou que o candidato é uma nova
liderança do partido e com "um belo currículo" que inclui 10 anos de
experiência administrativa nos governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Mercadante afirmou que é preciso fazer em São Paulo a parceria feita
entre o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o governo federal,
especialmente para as áreas de transporte e educação. "O Haddad vai ter
um grande apoio do governo Dilma", completou.
Haddad deve esquecer questão partidária ao formar governo, diz Chalita
O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) votou na manhã deste domingo
em um colégio da região de Higienópolis, no centro de São Paulo, e
afirmou que, se for eleito, o candidato Fernando Haddad (PT) deve
esquecer questões partidárias para formar o governo.
"Se eu pudesse dar um conselho para o Haddad, eu diria: escolha os
melhores técnicos independentemente dos partidos. Se tiver gente boa do
PSDB que traga, se tiver do PT que traga também. Chegou a hora de fazer
uma gestão de técnicos competentes", afirmou Chalita.
Ao ser questionado sobre o outro candidato a concorrer o segundo turno
na capital paulista, Chalita afirmou que José Serra (PSDB) saiu mais
fraco da eleição do que havia entrado.
"Acho que Serra saiu menor do que entrou nessa eleição. Ele interrompeu
um processo de prévias que estava em andamento. O PSDB poderia ter um
nome novo para lançar naquele momento. É um partido importante, mas não
deixa um nome novo surgir nunca", disse ele.
Marta se diz 'de alma lavada' e acha que Serra 'se enforcou com a própria corda'
A ministra da Cultura e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT)
disse se sentir "de alma lavada" com a vitória de seu correligionário
Fernando Haddad (PT), ao chegar para no hotel intercotinetal.
Derrotada por José Serra (PSDB) na eleição municipal de 2004, ela disse
que o tucano "desta vez se enforcou com a própria corda": "Ficaram
evidentes as armadilhas que fazia, a pessoa que ele é. Foi bom ver que
os paulistanos perceberam e deram o troco".
Segundo a ministra, "não é fácil disputar com alguém muito experiente e
traiçoeiro [referência ao candidato do PSDB]". Ela afirmou que "as
musiquinhas de campanha que tive de enfrentar [em 2004, quando concorreu
com o tucano] eram preconceituosas, difíceis". "Tudo isso estava
engasgado na garganta, daí a minha vontade de disputa."
Como fizera em encontro com Haddad no começo da manhã, Marta disse que o
ex-presidente Lula e o PT de São Paulo acertaram ao lançar a
candidatura do ex-ministro da Educação à prefeitura.
"O Lula tem a maior intuição, o maior tirocínio político que este país
viu em muito tempo", disse ela, que pleiteava ser a candidata petista e
deixou saber em repetidas ocasiões que estava triste por ter sido
preterida. "Ele estava certo: a força interna e a capacidade de visão
que teve, ainda mais numa situação adversa de câncer [na laringe] e com o
PT enfrentando circunstâncias difíceis, foram incríveis."
Em setembro, dias depois de estrear na campanha de rádio e TV de Haddad,
ela seria nomeada ministra pela presidente Dilma Rousseff.
A ministra não quis tecer conjecturas sobre a eleição para o governo do
Estado em 2014. Os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre
Padilha (Saúde) são vistos como possíveis candidatos petistas, ao lado
da própria Marta.
Parte da avenida Paulista é fechada para comemoração da vitória de Haddad
Para a comemoração da vitória de Fernando Haddad em São Paulo, a avenida
Paulista foi fechada, desde as 20h45 deste domingo (28), por militantes
entre a avenida Brigadeiro Luis Antonio e a alameda Pamplona no sentido
Consolação.
Lideranças da campanha petista, incluindo a vice de Haddad, Nádia
Campeão (PC do B), chegaram pouco depois e se reuniram em cima de um
carro de som.
No início do evento, a locutora repetiu a frase do ex-presidente Lula de
que "de 'poste' em 'poste' o Brasil vai ficar iluminado".
Maluf chega à festa do PT para comemorar vitória de Haddad
O deputado federal Paulo Maluf (PP) chegou na noite deste domingo, com
comitiva de seu partido, ao Hotel Intercontinental, onde será realizada a
festa do PT em comemoração à vitória de Fernando Haddad (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Entre os membros de sua comitiva estão o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e o deputado federal Beto Mansur (PP-SP).
Fotos: Deborah Thalyta
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