Moradora do DF recebe compra de site chinês com pedido de ajuda
Bilhete foi enviado junto com uma blusa e
teria sido escrito por um suposto trabalhador submetido a condições
análogas ao escravo
"Sou
escravo, ajude-me". O pedido, em inglês, veio acompanhado de uma blusa que
a moradora de Águas Claras Sandra Miranda recebeu nessa quinta-feira (23/10). A
encomenda foi feita no site chinês AliExpress, famoso por vender peças com
valores bem abaixo do mercado brasileiro.
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O pedido de ajuda veio junto com uma blusa comprada em um site chinês |
Ao se
deparar com o bilhete, Sandra tirou uma foto e enviou para a filha, Raíssa
Reis, que mora em São Paulo. A jovem, imediatamente publicou a imagem no
Facebook. "Meu coração se aperta e lágrimas descem ao ver que, do outro
lado do mundo, neste exato momento, existe alguém sendo escravizado para
confeccionar o produto que eu e você compramos. É um sentimento que não tem
como descrever", desabafou a filha. Até o início da tarde desta
sexta-feira, a publicação na rede social já tinha mais de 2 mil
compartilhamentos. Procurada pela reportagem do Correio, o AliExpress não havia
se posicionado até a publicação desta matéria.

Denúncias
de trabalhos escravos em grandes empresas têm sido recorrentes, não só
no Brasil, mas no mundo. No início deste ano, três consumidoras
britânicas também se depararam com pedidos de socorro. As mensagens
foram escritas nas etiquetas das roupas comercializadas por US$ 17 na
rede Primark. Outra cliente irlandesa também encontrou a anotação em uma
das peças adquiridas. A empresa alegou que investiga os casos.
Baixo custo
A
mão-de-obra barata é um dos motores para o crescimento da economia na
China. Pesquisas realizadas por entidades de direitos humanos mostram
que a exploração de mulheres para confeccionar produtos vem crescendo no
país devido aos custos, que são muito menores que o de outros países.
Imigrantes ilegais e o número de habitantes também incham a oferta de
trabalho.
Em 2008, uma nova lei foi promulgada e garantiu alguns (pequenos, mas significativos) avanços relativos aos direitos dos trabalhadores, como a obrigatoriedade de contrato, o direito de entrar com ações na Justiça contra as empresas (antes, esse procedimento era feito somente por meio do sindicato) e a proibição de demissão sem justa causa.
Gigantes de indústrias automotiva, tecnológica e de vestuário que se instalaram no país por conta dos baixos custos viram as mudanças como algo negativo. Já as marcas que mantêm fábricas em outros países comemoraram a legislação, que poderá trazer um aumento na competitividade.
Em 2008, uma nova lei foi promulgada e garantiu alguns (pequenos, mas significativos) avanços relativos aos direitos dos trabalhadores, como a obrigatoriedade de contrato, o direito de entrar com ações na Justiça contra as empresas (antes, esse procedimento era feito somente por meio do sindicato) e a proibição de demissão sem justa causa.
Gigantes de indústrias automotiva, tecnológica e de vestuário que se instalaram no país por conta dos baixos custos viram as mudanças como algo negativo. Já as marcas que mantêm fábricas em outros países comemoraram a legislação, que poderá trazer um aumento na competitividade.
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