Moro ouve hoje Lula como testemunha de Cunha
O juiz federal Sergio Moro ouve, hoje, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, como testemunha de defesa do ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista vai prestar depoimento por
videoconferência, ou seja, não vai ficar frente a frente com o
magistrado da Operação Lava Jato.
O ex-deputado foi preso preventivamente por ordem do juiz federal
Sérgio Moro no dia 19 de outubro, em Brasília. Eduardo Cunha arrolou
Lula como uma de suas testemunhas na ação penal que responde perante a
13ª Vara Federal, de Curitiba, sob tutela do juiz Moro. Na lista de
testemunhas também está o presidente Michel Temer, que responderá por
escrito questionamentos feitos por Eduardo Cunha.
Na segunda-feira, 28, Moro vetou 21 das 41 perguntas da defesa do
ex-presidente da Câmara ao presidente da República. Das 21 perguntas
proibidas pelo juiz da Lava Jato, 13 foram consideradas "inapropriadas"
pelo magistrado que levou em conta que "não há qualquer notícia do
envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da República nos crimes que
constituem objeto desta ação penal".
Eduardo Cunha é acusado de ter solicitado e recebido, entre 2010 e
2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão dela,
vantagem indevida, relacionada à aquisição, pela Petrobras de um campo
de petróleo em Benin.
O ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de
dinheiro, evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas
secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobrás.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba,
pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara,
por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu
esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede
da Lava Jato.
Lula também é réu em ação penal na 13ª Vara Federal, em Curitiba. O
ex-presidente responde por corrupção e lavagem de dinheiro. O petista é
acusado de receber R$ 3,7 milhões, da OAS, em forma de benesses, no
apartamento tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP). O dinheiro
seria propina de contratos da Petrobras, segundo a força-tarefa da
Operação Lava Jato.
As primeiras audiências do processo que Lula responde começaram na
semana passada e tiveram bate boca. Moro chegou a suspender as
audiências por pelos menos quatro vezes e advertiu os advogados por
"comportamento processual inadequado".
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