PRIMEIRO DESSALINIZADOR MOVIDO A ENERGIA SOLAR DA AMÉRICA LATINA COMEÇA A FUNCIONAR EM PERNAMBUCO
Instalado em Riacho das Almas, equipamento irá beneficiar 60 famílias
e fomentar o desenvolvimento da piscicultura na localidade, a partir
de uma parceria entre SDEC e Prefeitura.
O primeiro dessalinizador solar coletivo da América Latina começou a
funcionar em Pernambuco no último sábado (11). Instalado no Sítio
Camorim II, no município de Riacho das Almas, Agreste Central de
Pernambuco, o equipamento retira o excesso de sais das águas captadas
em poços tubulares profundos, tornando-as apropriadas para o consumo
humano, beneficiando 300 pessoas do distrito, com potencial de dobrar
o número de beneficiários a partir do acesso de famílias do entorno.
Toda a operação de tratamento (de 600 litros por hora) será realizada
por meio de energia solar, captada por placas fotovoltaicas conectadas
ao equipamento.
E através de uma parceria entre a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico (SDEC), por meio da Secretaria Executiva de
Recursos Hídricos, e a Prefeitura de Riacho das Almas será
desenvolvida a atividade de piscicultura, utilizando a chamada água
residual da dessalinização.
O teor de sais encontrado nos rejeitos do processo é propício para
criação de tilápias. Serão escavados um total de seis tanques em áreas
próximas ao dessalinizador, que serão cobertos por uma lona para
receberem o pescado.
O primeiro tanque já está pronto e começou a
funcionar. Incentivada pela Secretaria Executiva de Recursos Hídricos
da SDEC, a Prefeitura de Riacho das Almas planeja ainda instalar uma
pequena unidade de beneficiamento no local, para filetamento,
congelamento e embalagem, e assim agregar mais valor à produção.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, lembra que
nas discussões do seminário Todos por Pernambuco, especialmente no
Agreste, o maior pedido é o abastecimento de água. “Temos que
encontrar soluções que amenizem o sofrimento da população, diminuindo
essa carência.
A solução mais imediata é a perfuração de poços
artesianos, mas onde há água, muitas vezes não tem energia elétrica. E
onde é possível perfurar, a água é salobra, exigindo o dessalinizador.
Por isso a importância de se investir em um equipamento deste tipo,
primeiro da América Latina, que funciona com energia solar. Assim, é
possível levar água para os lugares mais distantes e de forma
totalmente sustentável”, explica.
O secretário executivo de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, destaca
também que a opção pela energia solar é mais barata. O custo de todo o
sistema fotovoltaico gira em torno de R$ 40 mil, enquanto que a
estruturação de uma rede de eletrificação rural, que normalmente exige
linhas de alimentação de três quilômetros, representa um aporte de R$
60 mil.
Em média, apenas os equipamentos de dessalinização são fruto
de um investimento de R$ 78 mil.
“E sempre que o poço tem capacidade grande, incentivamos as
prefeituras a instalarem sistemas simplificados de abastecimento
canalizado para a população próxima. Além de estimularmos o
desenvolvimento da piscicultura. Em localidades do Sertão, onde temos
dessalinizadores funcionando, temos registrado a retirada de até uma
tonelada de peixe.
Com um trabalho de capacitação profissional é
possível diversificar ainda mais a produção, realizando o
aproveitamento do couro da tilápia, por exemplo, para confecção de
carteiras, bijuterias e bolsas”, explica Almir Cirilo.
Os 12 mil litros de água por hora que são fornecidos pelos poço do
Sítio Camorim, possuem um teor de sais de 16 mil miligramas por litro.
É uma taxa muito alta, equivalente à metade da água do mar. Com o
processo de dessalinização, ela se torna potável, com a eliminação de
95% dos sais, atingindo os níveis indicados pela Organização Mundial
de Saúde (OMS).
O sistema é composto ainda por dois reservatório de 5.000 litros cada.
Um armazena a água recém-captada e o outro estoca o produto
devidamente tratado e pronto para o consumo. A água é distribuída por
meio de um chafariz eletrônico.
O dessalinizador não utiliza baterias e é completamente automatizado –
capta energia do sol e, imediatamente, começa a funcionar. A população
beneficiada recebe fichas que garantem o fornecimento de 20 litros
para cada família, possibilitando assim um controle do consumo e
evitando desperdícios.
O sistema faz parte dos 201 dessalinizadores instalados pela
Secretaria Executiva de Recursos Hídricos da SDEC no Estado.
Representam, além do ganho social com o abastecimento regular de água,
um impacto econômico positivo por meio da redução do uso de carros
pipas pelas comunidades, bem como através da melhoria da saúde pela
ingestão de água de boa procedência.
Assessoria de Comunicação / SDEC


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