Propina para o PT era feita sob ameaça, diz Janot
De acordo com investigadores da Lava Jato, estratégia era centralizada em Edinho Silva, (foto) ex-ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social
O Estado de S.Paulo – Gustavo Aguiar e Isadora Peron
Em uma manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que os pagamentos de propina ao PT eram feitos muitas vezes mediante ameaças de interrupção de contratos entre as empresas e o governo. De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, a estratégia era centralizada na pessoa de Edinho Silva, ex-ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social de Dilma.
Edinho é investigado com base em delações premiadas que afirmam que ele pediu R$ 20 milhões para a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. A informação consta dos depoimentos tanto de Walmir Pinheiro Santana quando de Ricardo Pessoa, ambos da UTC Engenharia. O ex-ministro - então tesoureiro da campanha da petista - teria dito que a Petrobrás continuaria "crescendo" e que o empresário "ganharia outros contratos", garantindo que o repasse "se pagaria".
"Em verdade, o pedido de pagamento para auxílio financeiro ao Partido dos Trabalhadores, notadamente para o custeio oficial e não oficial (caixa 2) das campanhas eleitorais, muitas vezes mediante ameaças de cessação das facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico pelos Núcleos Político e Administrativo (do esquema de corrupção da Petrobrás), revelam-se coma medida habitual institucionalizada e centralizada, em parte, na pessoa de Edison Antônio Edinho da Silva", escreveu Janot.
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