Lista bomba da Odebrecht: Teori manda investigar

Planilhas trazem o nome de mais de 200 políticos ao lado de valores
O Globo
Democrática, a lista menciona desde os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), nomes fortes da oposição, ao senador Humberto Costa (PT-PE), que é líder do governo no Senado. Para alguns, as planilhas traziam apelidos. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é tratado de “Caranguejo”; a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), de “Avião”; o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de “Nervosinho”; e Jaques Wagner, atual chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, era o “Passivo”.
Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki determinou que a Procuradoria Geral da República (PGR) faça uma investigação preliminar sobre a lista de pagamentos da Odebrecht encontrada na 23ª fase da operação que apura desvio de dinheiro da Petrobras. As planilhas, que estavam na casa de Benedicto Barbosa Silva Júnior, executivo da Odebrecht Infraestrutura, trazem o nome de mais de 200 políticos ao lado de valores. Depois da análise, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá pedir a abertura de inquérito contra os citados na relação com os supostos repasses.
Teori também decidiu devolver ao juiz federal Sergio Moro, que cuida da Lava Jato em Curitiba, investigações relacionadas à Operação Acarajé -- cujo alvo principal foi o marqueteiro João Santana, que encabeçou campanhas de Lula e Dilma, e a mulher dele, Monica Moura -- e à Operação Xepa, derivada da anterior. Como a lista da Odebrecht, encontrada durante a Operação Acarajé, traz nomes de políticos com foro privilegiado, Moro havia submetido as apurações ao Supremo. Mas Teori entendeu que a Justiça Federal deve permanecer com as investigações, já que não alcançaram pessoas com foro. As planilhas, porém, ficarão a cargo do Supremo.
Nas planilhas, encontradas pela Polícia Federal ao cumprir mandados da Operação Acarajé, há nomes de governistas e da oposição. Os supostos repasses teriam sido feitos durante as eleições de 2010, 2012 (no pleito municipal) e 2014. Os investigadores tentam saber se, de fato, houve transferência dos recursos e se as operações irrigaram um esquema de caixa 2 durante as campanhas. Mesmo que sejam doações legais, a suspeita é que se trata de dinheiro desviado de contratos com o Estado.
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