Arábia Saudita executa líder xiita acusado terrorismo

47 envolvidos em ataques da Al Qaeda foram mortos.
Dentre mortos está líder xiita Nimr al-Nimrits; Irã fez alerta contra execução.

Da France Presse

Clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, uma importante figura do movimento de contestação contra o regime saudita, em foto de arquivo (Foto: Saudi Press Agency/ Reuters)
Clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, uma importante
figura do movimento de contestação contra o regime
saudita, em foto de arquivo (Foto: Saudi Press
Agency/ Reuters)
A Arábia Saudita executou neste sábado (2) 47 pessoas condenadas por "terrorismo", incluindo jihadistas sunitas da Al-Qaeda e o clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, uma importante figura do movimento de contestação contra o regime, anunciou o ministério do Interior.
O Irã, potência xiita cujas relações com a Arábia Saudita são tensas, imediatamente reagiu às execuções, prometendo que Riad pagará "um preço alto" pela morte do xeque Nimr al-Nimr.
"O governo saudita apoia movimentos terroristas e extremistas, e ao mesmo tempo utiliza a linguagem da repressão e a pena de morte contra seus opositores internos (...) pagará um preço alto por essas políticas", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Jaber Ansari.
O sobrinho do xeque, Ali al-Nimr, menor de idade no momento da sua detenção, não está entre os executados, que geralmente são decapitados com sabre.
Os condenados - 45 sauditas, um egípcio, um chadiano - foram executados em doze cidades do reino, indicou o ministério do Interior em um comunicado oficial.
Eles haviam sido condenados, segundo as autoridades, por diferentes casos, incluindo por ter aderido a ideologia radical "takfiri" (termo geralmente utilizado para se referir a grupos radicais sunitas), por juntar-se a "organizações terroristas" ou ter participado de "conspiração criminosa".
O xeque Nimr al-Nimr, de 56 anos, crítico ferrenho da dinastia sunita Al-Saud, foi um dos líderes de um movimento de contestação que eclodiu em 2011 no leste da Arábia Saudita, cuja população é majoritariamente xiita.
Esta comunidade, que está concentrada na Província Oriental, queixa-se de ser marginalizada neste país predominantemente sunita.
A execução do xeque poderia provocar fortes reações nesta região, segundo especialistas.
Para o irmão do líder religioso, Mohammed al-Nimr, "esta ação provocará a cólera dos jovens" xiitas na Arábia Saudita. "Espero que aja um movimento de contestação pacífico", acrescentou.
Por sua vez, o ramo estudantil da milícia Bassidji, ligada aos Guardiães da Revolução, a unidade de elite das forças armadas iranianas, convocou uma manifestação no domingo em frente à embaixada saudita em Teerã.
O xeque Nimr tinha sido condenado à morte em outubro de 2014 por "motim", "desobediência ao soberano" e "porte de armas" por um tribunal de Riad especializado em casos de terrorismo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prefeito de Taquaritinga destaca importância de Diogo Moraes na cultura local

Empossados - Agentes de Combate a Endemias são empossados em Santa Cruz do Capibaribe