RETROSPECTIVA - A ELEIÇÃO DE 1988


Marcos Pontes - Colunista

                Foi a primeira eleição após a morte de “seu” Pereira, mas que ainda contou com um forte apoio por parte do seu filho Carlos Alberto que aqui esteve e prometeu que se Jânio Arruda, o seu candidato, fosse eleito, construiria a tão sonhada fábrica no terreno onde hoje é o CAIC. Fábrica esta que daria emprego prá muita gente em nosso município, pois naquele tempo não havia ainda a sulanca, essa dádiva com que DEUS presenteou a nossa região. Mas vamos às eleições que é o que interessa. Jânio Arruda, tendo como vice “seu” Manoel Boneco,  venceu as eleições com uma diferença de 187 votos sobre o seu opositor, “seu” Mendes, que tinha como vice “dona” Deolinda. Foi uma disputa bastante acirrada, em que a oposição tinha o apoio do governador do Estado Miguel Arraes, eleito dois anos antes, após voltar do exílio. 

A apuração era feira pelos escrutinadores (prá quem não sabe, esse era o nome que se dava a quem fazia a apuração dos votos, uma vez que não havia ainda a urna eletrônica) e foi realizada no prédio onde hoje funciona a Secretaria de Educação. Foram nove vereadores eleitos, sendo cinco do PFL (“dona” Lourdes, Genilton, Dé Cumaru, Manoel Serra-Branca e Borges) e quatro do PMDB (Milda, Zeca, Naelson e João de Ana). Neste ano, criou-se a denominação CALABAR, que dura até hoje, e algumas versões existem para essa denominação. O termo CALABAR vem de Domingos Fernandes Calabar, brasileiro que ficou ao lado dos holandeses quando estes invadiram Pernambuco, sendo considerado o maior traidor da história do Brasil (tá na Wikipédia). 

Assim, quem ficou contra o candidato de “seu” Pereira, mesmo morto, foi considerado traidor do povo de Taquaritinga. Uma outra versão é que esse termo foi em homenagem a um colega de trabalho do prefeito que se elegeu, que também trabalhava no Banco do Brasil nesta época e que não votou nele. O que importa é que neste ano começou a história da oposição, hoje situação, embora muitos desta época não se encontrem mais no lado que defenderam nesta eleição. A surpresa ficou por conta da não-eleição de Jalmirez Arruda para a câmara, que era dada como certa, até por ser irmão do prefeito eleito, mas que viria a assumir o mandato, mesmo tendo ficado na terceira suplência. Isso já é prá eleição de 1992. 

Um abraço.


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